8.12.07


A vida,
Cruel e madrasta
Passagem no tempo...
Pensas mesmo isso?
Não restará nada?
Pára!
Olha à tua volta!...
O que vês?
Problemas sem solução?
Caminhos sem fim?
É isso mesmo?
Vê com mais atenção!
Olha para o céu...
Que vês?
Um azul límpido sem fim?
Olha para o sol...
Que reparas?
Que te aquece todos os dias,
Sem pedir nada em troca?
Olha para ti que vês?
Alguém sem esperança?
Sem saber o que fazer?
Pára novamente!
E pensa...
Quantas vezes paraste para olhar o céu ou o sol
Ou até para ti mesmo/a?

Não sei bem o que me seduz em ti...
Se é algo em particular
Ou se tudo!
Dizem que o todo é maior
Que a soma das partes...
Isso aplica-se a ti.
O teu intelecto
Combinado com a tua maneira de ser
Transformam-te num indivíduo demasiado peculiar
Para ser real...
Por vezes dou por mim
A pensar
Porque é que te cruzas-te
No meu caminho?
Com tantos milhões de seres humanos
Que coabitam no mundo...
Porque eu?
Será que tens alguma mensagem para mim?
Algum ensinamento?
Alguma lição?
Será que deves influenciar-me com a tua maneira de ser?
Será que tens esse direito ou será antes um dever?
E eu?
Serei digna de poder partilhar da tua sabedoria?
Questões a que só o tempo poderá responder.

Tens algo em ti
De especial,
De particular...
Algo que te torna único,
Excepcional...
Não sei se é a tua busca incessante pelo saber
Ou se a tua inconformidade com o que te rodeia...
Algo que vai para além
Da minha compreensão...
Mas que não faço questão
De compreender...

Fascinas-me sabes?

Não sei por quanto mais tempo
Está sensação irá durar...
Mas quero gozar
Cada instante,
Cada momento,
Que a vida me proporcione
Para estar do teu lado
E aprender mais um pouco...

Não sei bem a razão
Porque não me deixas descobrir
Aquilo que guardas
No teu intimo...
Mas não quero pressionar-te...
Porque a meu ver não tenho direito
Nem posso,
Entrar na tua mente...

Um dia,
Talvez,
Tenhas a confiança necessária
Para me confessares
O que tentas recalcar
No teu inconsciente.

Até lá,
Espero pacientemente,
Deleitando-me com cada conversa,

Com cada partilha de pensamentos,
Com cada troca de valores e crenças,
Que estimulam a minha mente
E que me fazem não só pensar
Mas reflectir
Sobre aquilo que devo reger a minha vida...
Na convicção
De que nunca deixes
Esse teu jeito próprio,
Tão teu...
Na esperança que ao longo deste ano
Me ajudes
(Nem que seja)
Apenas pela tua presença
A tornar-me numa pessoa melhor.

2.12.07


Ser eu poderá ser tu ao mesmo tempo?
Sentir-me em ti,
Respirar o mesmo ar,
Sentir o mesmo sol,
O mesmo vento acariciando a face.
Poderá isso ser real?

Ser eu poderá ser tu ao mesmo tempo?
Alimentar-me do sentimento que nos une,
Que nos torna luz,
Que me faz acreditar que existo,
Que sou alguém de verdade.

Ser eu poderá ser tu ao mesmo tempo?
Sentir que não preciso de qualquer religião,
Porque tu és a resposta a todas as perguntas,
A todos os anseios,
A todos os medos.
És a existência e a realidade de todo o Universo

Ser eu poderá ser tu ao mesmo tempo?
No meu ser,
Na minha alma,
No meu coração,
Sinto a necessidade de ti.
Da tua essência,
Da tua simples e humilde existência,
Que torna cada dia desejável.
Que me faz acreditar que sou merecedora
Do ar que respiro.

Ser eu poderá ser tu ao mesmo tempo?
Que estrada é esta onde nos encontramos?
Que caminho longo temos ainda a percorrer?
Que mundo temos que enfrentar?
Porque ainda tenho medo?

Estás aqui. Eu sei que estás.




A minha vida está por um fio...
Um pequeno e frágil fio!
Como poderei seguir em frente?
Como poderei eu não ter medo?
E tu não tens medo?

Quero esconder-me
Onde não me encontrem....
Onde não me possam magoar,
Onde não escolham o meu futuro,
Onde o futuro me escolha a mim!

Quero voar por terras distantes!
Conhecer o que nunca vi!
Quero ir-me embora!
Quero seguir o meu fio de vida
Onde ele me quiser levar!
E tu?
Deixar-te-ias guiar pelo teu fio de vida?

Quero desacorrentar-me,
Desprender-me,
Deixar aquilo que me pesa no coração:
Tristezas,
Angustias,
Medos.
Incertezas....
Substitui-los por
Alegria,
Paz,
Objectivos!

Peço às estrelas que me guiem,
Que me encaminhem na minha longa demanda!
Rogo ás nuvens que me deixem voar,
Deslumbrar-me na sua brancura e leveza....
Desejo do fundo meu ser encontrar um caminho a seguir....

Será assim tão árdua a espera?
Não haverá uma força
Que sossegue as minhas ânsias?
Terei eu de encontrá-la dentro de mim?





Desta simples janela,
Comum a tantas outras,
Vejo mais do que a vista alcança...
Vejo para além do céu,
Do sol, dos montes e árvores....
Vejo dias melhores,
Sorrisos,
Felicidade e harmonia!

De uma simples janela,
Vejo o que o mundo teima em mostrar,
Vejo paz e conforto,
Vejo luz e calor...
Vejo um sonho escondido que teima em revelar-se,
Vejo palavras nunca ditas
E actos nunca praticados...

De uma simples e comum janela,
Vejo um futuro risonho,
Especial....
Vejo uma estrada sem fim,
Vejo algo que todos tentam ignorar,
Percebo algo o ninguém tenta aceitar,
O que ninguém quer entender:

Não somos nós os donos do nosso futuro,
O futuro é que nos tem em sua posse!