27.9.10

Na passada quinta-feira tivemos o dia de orientação aqui em Segóvia com os restantes Erasmus. Confesso que estava bastante ansiosa para conhecê-los. Já sabia que havia mais portugueses da nossa escola, agora faltava o resto... Na parte da manhã estivemos com a Prof. Pilar del Río, coordenadora do gabinete de Relações Internacionais e com a becaria Cristina, que trabalha no mesmo gabinete. Papeladas e intruções à parte, podemos apresentar-nos, dizendo de onde vínhamos e qual o curso que vamos frequentar. Somos cerca de 30, vindos de países europeus como Portugal, França, Alemanha, Itália, República Checa e Polónia. Do outro lado do atlântico vieram três brasileiros e um Venezuelano! Digamos que a troca de ideias e cultura (os palavrões também fazem parte da cultura, não é verdade?) estão na ordem do dia, todos os dias. Após a reunião, foi-nos proporcionada uma visita guiada pela Judería, a parte da cidade que antigamente pertencia ao judeus. 


O grupo na entrada para a sinagoga, que actualmente é um convento.


Fiquei um pouco desiludida, já que pensava que nos iam levar a uma tour no autocarro turístico. Ao que parece não são só os portugueses que têm o orçamento curto... Apesar de tudo foi enriquecedor poder conhecer La Sinagoga Mayor (sec. XIII) e um pouco da sua história. 


A descer para a entrada principal.


A guia contou-nos que o motivo que levou os cristãos a conservar a sinagoga é baseado numa lenda, segundo a qual um grupo de judeus terá querido queimar um pedaço de hóstia cristã e esta terá voado, dando uma volta pela cidade, regressando novamente à sinagoga. A lenda foi passada para um quadro, ilustrando o que terá sido presenciado pelos judeus naquela altura. 


Já dentro da sinagoga.


O quadro, cujo o autor não me recordo.


Visitámos também o centro didáctico da Judería, onde nos foi dado a conhecer mais um pouco do que foi a presença da comunidade judia na cidade. 


Uma das ruas antigas da Judería (se semi-cerrarmos os olhos
quase que se torna o terreiro de Leiria!)


Na Calle del Sol, onde antigamente se situada uma das portas da
cidade, a caminho do centro didáctico.

Na entrada.


Alguns dos objectos judeus em exposição.


Terminámos no limite da cidade, observando o local onde os judeus enterravam os seus mortos e visitando o museu de Segóvia. 


Vista da zona limítrofe da cidade.


Cheguei a casa com uma valente dor de pés e uma fome do tamanho do mundo. Afinal já eram duas e qualquer coisa da tarde e o pequeno-almoço há muito que já tinha ido. Mesmo não tendo havido oportunidade para conhecermos melhor, o grupo pareceu-me simpático à primeira vista e já se podiam adivinhar os bons momentos vindouros!

22.9.10

Finalmente, depois de 15 horas de viagem, de um comboio, um autocarro e dois táxis (não necessariamente por esta ordem) já cheguei a Segóvia. Na verdade já cá estou há 4 dias. Como é óbvio os primeiros dias são sempre atarefados. A instalação, as primeiras compras para casa, conhecer a cidade... Enfim, aquele reboliço característico. Moro mesmo ao lado da Catedral, e como estava estada no dia em que cheguei só a pude ver de noite com mais atenção.


A catedral, monumento de arte gótica


Ao contrário do que pensei não foi assim tão difícil viajar sozinha. Estava com receio que o meu espanhol não fosse suficiente, o que se agravava com os comentários de que os espanhóis não fazem o mínimo esforço para perceber o português. O engraçado é que não precisei do português para nada! Até vim à conversa com um senhor de idade no caminho de autocarro para Segóvia (enquanto me consegui manter acordada). No geral, são todos muito acessíveis. Quanto ao preço dos transportes é muito similar a Portugal, tantos os transportes públicos como os táxis. Na primeira noite em que cheguei fomos todas cá de casa sair. Eu, a minha colega portuguesa e a checa. 


El acueducto por la noche


O ambiente da noite é super saudável. Há gente pelas ruas, nos degraus das entradas dos bares, e onde quer que se vá há sempre pinchos, pequenas fatias de pão na qual é colocada uma pequena porção de comida (o nome surge do facto de tradicionalmente se colocar um palito para segurar a comida, o que já não é obrigatório hoje em dia). Como é óbvio o espanhol é língua que se ouve, até entre estudantes erasmus, o que me frustra um bocado, já que vinha na expectativa de aperfeiçoar o inglês... (mas o que é que eu estava a pensar?)


Aqui os pinchos já se tinham evaporado! 


Quanto aos preços nos bares, uma cerveja como na foto acima é 3€, e as vodkas (para quem odeia cerveja como eu e a checa) são 4€. Pelo tamanho dos copos basta dois destes para alegrar a noite! É frequente os camareros oferecerem bebidas a quem está sentado ao balcão. Especialmente chopitos (shots), que aqui são apenas 1€. Na segunda noite que saímos, já com mais estudantes erasmus (duas alemãs e uma italiana) encontramos um sujeito deveras peculiar. Fala espanhol, italiano, português e inglês. Assim que soube que havia portuguesas no grupo a primeira coisa que disse foi "Portuguesas? Foda-se!" Claro que só nós é que nos rimos. Estar a uns bons quilómetros de casa e ouvir uma destas é um presente fora do normal. Ao que consta o senhor morou em Guimarães alguns anos. Ah, mesmo depois de termos traduzido ao resto do grupo, ninguém achou piada. Deve ser algo de que só mesmo os portugueses se riem. 


O grupo depois de um chopito (com o tal senhor poliglota)

Até agora distingo dois bares: Toys e o La Luna. Sendo que o primeiro é bom para beber um copo é conversar, enquanto o segundo é seguramente um local para bailar, como se diz por aqui.


Los camareros de Toys. ¿Qué guapos, no?

La fiesta en el bar La Luna


Por agora é tudo, amanhã tenho a Jornada de Bienvenida e vou ter que acordar cedo.Estou ansiosa para conhecer mais estudantes erasmus. Assim que puder mostro-vos Segóvia de dia :)

9.9.10


Quem me conhece sabe que sou fã incondicional de Dexter, uma das melhores criações da Showtime, produtora de séries como Weeds ou Californication. Não há como não gostar. Desde o brilhante desempenho do actor Michael C. Hall (que após uma luta árdua superou com sucesso o cancro, em Abril deste ano), ao magnífico trabalho dos argumentistas na criação de toda a história e caracterização de personagens, levando o espectador a um avido vício do primeiro ao último episódio. Esta série, baseada nos livros do americano Jeff Lindsay (de quem, infelizmente, ainda só li o primeiro livro) estreou em Outubro de 2006, e já conta com 4 temporadas completas. A quinta será lançada em finais Setembro, para bem dos meus pecados! Sinto saudades de todos aqueles apartes preciosos, da maneira como ele pensa. Sendo um sociopata controlado, adverso a tudo o que seja contacto ou ligação humana, Dexter acaba por se aproximar de alguém e de constituir família, indagando por vezes se alguma vez tudo aquilo será real. Vive em constante confronto com o que apelida de Dark Passenger, a quem diz ter que satisfazer as necessidades. No terceiro episódio da 2ª temporada há um monólogo que reflecte bem a presença deste "passageiro sombrio", presente no seguinte vídeo:




Não sou nenhuma assassina em série, mas consigo seguramente identificar-me com o que ele diz. Todos nós temos nosso lado sombrio. Vícios, fetiches, manias e comportamentos compulsivos, que escondemos do mundo que nos rodeia. Dexter é simplesmente uma representação distorcida disso. Este monólogo retrata a sua sua sede de sangue, personificada na forma do tal Dark Passenger. Mas se reflectirmos um pouco, é uma homenagem a todos nós, que lutamos com a nossa própria dualidade. Brilhante, sem dúvida alguma!

6.9.10

SEGOVIA
 

 

 


É este o meu destino de ERASMUS. Uma cidade no meio da vizinha Espanha, declarada Património da Humanidade pela UNESCO. Motivo de escolha? Até poderia ter sido, mas não. Segóvia nunca esteve nos meus planos, verdade seja dita. Nunca sequer foi considerada como hipótese. Foi um destino forçado à conta de burocracias e mal entendidos. A minha primeira escolha determinava-se pela sua proximidade do mar (prioridade para mim, no que tocava à localização) e por ser um destino turístico por excelência: Alicante. A poucos dias de terminar o prazo de inscrição para a maioria das faculdades, o Gabinete de Mobilidade e Comunicação Internacional informa que, ao que constava, a Escola não tinha sequer protocolo com a referida universidade. Como é de imaginar foi o descalabro. Como fora possível abrirem o processo com um destino que nem era viável? Após desculpas esfarrapadas e de darem a entender por meias palavras que a culpa era minha, já que me tinha guiado pelos dados fornecidos na página web e não me tinha dirigido ao gabinete. Afinal de contas, sou culpada. Culpada assumida, ao considerar que a informação disponível acerca dos destinos que podíamos escolher era de confiança. O facto é que aquilo não era actualizado há algum tempo. Há dois aninhos, coisa pouca. O choque não demorou muito tempo a passar. Foi substituído por outra coisa, ao perceber que a minha panóplia de escolhas tinha sido reduzida a 3: Segovia, Huelva ou A Coruña. Dentro destas, viesse o diabo e escolhesse. Segovia acabou por ser a eleita. E depois de um pouco de pesquisa, começo a pensar que "não há coincidências, apenas inevitabilidades". 

 


  
Segóvia é mais do que uma cidadezinha do interior espanhol. É palco de monumentos históricos, como é exemplo o seu aqueduto, que data do séc. I. Pelo que pesquisei as temperaturas de Inverno podem atingir os magníficos -14º! Acho que não precisarei de sorte para ver nevar, sonho que tenho desde miúda e que nunca tive oportunidade de realizar. Pode não ter sido a minha primeira opção, mas tenho a certeza que a partir de dia 20 de Setembro este será o lugar onde terei uma experiência mais que única!



Acho que não é necessário acrescentar mais nada.


Are you aching for the blade?
That's OK, we're insured
Are you aching for the grave?
That's OK, we're insured

We're getting away with it all messed up
Getting away with it all messed up
That's the living

Daniel's saving Grace
She's out in deep water
Hope he's a good swimmer
Daniel plays his ace
Deep inside his temple
He knows how to serve her

We're getting away with it all messed up
Getting away with it all messed up
That's the living
We're getting away with it all messed up
Getting away with it all messed up
That's the living

Daniel drinks his weight
Drinks like Richard Burton
Dance like John Travolta
Now
Daniel's saving Grace
He was all but drowning
Now they live like dolphins

We're getting away with it all messed up
Getting away with it all messed up
That's the living
We're getting away with it all messed up
Getting away with it all messed up
That's the living

We're getting away with it all messed up
Getting away with it all messed up
That's the living
Oh, getting away with it all messed up
Getting away with it all messed up
That's the living

Getting away with it
We're getting away with it
That's the living
That's the living