10.9.08






























Arena Shopping (11.07.08)

Hoje levantei-me mais cedo do que o habitual porque pensei que finalmente iria fazer a candidatura. Como precisava de um documento da minha escola, vim com tempo de fazer tudo com calma. Na escola foi tudo muito fácil. Com o me BI foi fácil encontrar o meu certificado de exame no sistema. E lá fui eu, completamente ansiosa, esperando que ficasse tudo resolvido antes de ir de férias. Sim, depois de amanhã fico livre do Jumbo por uns belos e maravilhosos 18 dias! Só espero que não haja nenhum stress entretanto. Continuando, saí da escola em direcção ao Centro (de qualquer coisa) do Oeste. Achei deveras estranho, no segundo dia de candidatura e só havia um carro à porta? Nem movimento, nem pessoal preocupada andando de umm lado para o outro… “É cedo!”, pensei eu. Como seria de esperar quando lá cheguei bati com o nariz na porta. E o sentimento de esperança, tornou-se em raiva. É que nem um aviso na porta havia a informar onde nos deveríamos dirigir para pedir informações. A minha sorte, e nem sei como me lembrei, é que de manhã antes de sair de casa, gravei o número da escola, caso precisasse de algo. Liguei. Lá houve uma alma caridosa que me disse que a candidatura só seria possível em Lisboa. Mas se eu moro no concelho de Torres Vedras, porque carga de água é que tenho que ir a Lisboa? Não tem a mínima lógica a meu ver. Já há tantos anos que o Centro coordenava as candidaturas. Agora de um ano para o outro, há e tal, vamos lá todos contribuir para a rede de transportes públicos ou consumir mais um bocado de gasolina (que está baratinha, não haja dúvida) para preencher uma folha A4. Fiquei nem sei bem como descrever… Exaurida! Se me aparecesse alguém pela frente, iria descarregar tudo! O que vale é que estava sozinha. O Rafael é que foi inteligente. Pediu senha e agora vai fazer a candidatura online. Devia ter feito o mesmo. Agora poupava-me a trabalhos. A minha mãe já disse que vai comigo. Ainda bem, se fosse sozinha com certeza me perderia assim que pusesse os pés em território alfacinha. Não conheço nada, e como sou uma atrofiadita da cabeça tenho vergonha de andar a perguntar ás pessoas “onde fica isto” ou “qual o caminho para chegar aqui”. A minha mãe não é assim. Ainda bem. Assim chegamos lá num instante. Não descanso enquanto não sair com o duplicado da candidatura. É um estado, meu Deus, de expectativa e de ansiedade geral. Nem quero pensar quando tiver que esperar pelos resultados! Acho que não vou dormir na semana que anterior. Não vou mesmo.
Já tentei planear estas férias, mas só estão os primeiros 3 dias! Nem sei se vou conseguir cumprir o primeiro dia quanto mais os seguintes! É verdade que estes planos também não dependem só de mim. Ainda tenho que combinar algumas coisas, mas uma pelo menos é certa: vou a Leiria passar uns dias. Vai ser bom para ficar a conhecer alguns locais de referência. Assim quando for para lá já não ando ás escuras e a palpar terreno. Se bem que ainda não estou a ver a minha prima a dar menos atenção ao namoradinho querido só por eu lá estar… a ver vamos de ainda não vou apanhar uma seca descomunal. Ai e faltam só 2 dias para ir de ferias nem acredito...


Neste momento o relógio marca 02:03 da manhã. Estou de folga. Mais um dia falhado, sem planos ou objectivos atingidos. A casa está silenciosa, não se ouvem passos ou respiração. Apenas o vazio, escuro e dissolvente. O vazio, um nada que me encobre, que me faz sentir encurralada. Não gosto deste sentimento, mas de alguma maneira já me sinto acomodada. Todas as noites é o mesmo.
O céu. Esse azul imenso, salpicado pelo branco das nuvens. E se o azul de vida que possuo também fosse salpicado de pureza? Talvez não ignorasse as flores que pedem para brotar no meu caminho?
Olho mais de perto. Sinto o vento na face. Sinal de mudança?


I can not find a way to describe it, it’s there inside, and all I do is hide… I wish there it just go away. What would you do if you knew?
I feel like I I’m all alone, all by myself, I need to get around this… My words are cold; I don’t want them to hurt you. If I show you I don’t think you’d understand, because no one understands.

Compreendo então que o céu e a terra não estão assim tão distantes. Talvez tu não estejas assim tão longe. Se por meu passo te seguisse, talvez em pouco tempo chegaria a ti. Mas isso é ilusão. Pois meus passos não são mais que pedaços de nuvens salpicados na calçada do destino. Saltitando como uma criança, aí talvez a ti chegasse. Criança ignorante e inocente, que nada sabe das pedras desta calçada. Para ela, a calçada é céu, e o céu calçada. Porque o céu e a terra são unos. Mas não sou criança. Nem mulher. Nem pessoa. Nem céu ou calçada.


Everybody is always talking at me, everybody is trying to get in my head, I want to listen to my own heart talking, I need count on myself instead. Don’t you ever lose yourself to get what you want? Don’t you ever get on a ride and want to get off? Don’t you ever push away the one you should have close? Don’t you ever doubt your dream will never come true? Don’t you ever blame the world but never blame you? I will never try to live a lie again… I don’t want to win this game if I can’t play it my way!


Se fosse céu quereria ser terra. Se de terra me tratasse desejaria ser calçada. Se fosse calçada quereria ser criança. Se criança nascesse desejaria ser mulher. E enquanto mulher sonharia ser céu salpicado de nuvens brancas de pureza. O que sou? No que me tornarei? Terei de aceitar o meu destino? Mas o que é o destino?
Ser o que sou, tornar-me algo, aceitar o meu destino seja ele o que for? Seguir o fio de vida que me deram á nascença? Segui-lo, entre céu e terra, pisando esta calçada de destino? Será esse o meu propósito?



It’s no good at all, to see yourself and don’t recognise your face, out on my own it’s such a scary place! The answers are all inside of me, all I got to do is believe! I’m not going to stop till I get my shot, that’s who I am, that’s my plan, we’ll end up on top again! To turn my life around, today is The Day…



O que não me mata torna-me mais forte. Mais resistente. Que me pisem, como se calçada me tratasse. Pois o caminho por onde sigo pode ser estreito, maltratado pelo tempo, escondido de modernidade e de atalhos, mas há-de chegar o fim, onde encontrarei o fim destas encruzilhadas e em que não haverão mais becos sem saída. Sem ratoeiras ou truques. Aí encontrar-te-ei. Sem lutar contra a calçada de destino, colhendo as flores que finalmente brotarão no meu caminho. E aí serei céu, calçada, terra, criança e mulher.