6.2.11



Decidi partilhar convosco um vídeo absolutamente sarcástico de um senhor que sigo atentamente. Levni Yilmaz (Canal do Youtube: aqui), um cartoonista de S. Francisco, Califórnia. Se visitarem o canal poderão verificar o grau de genialidade da personalidade em questão, que toma conta de todo o processo, desde a criação ao produto final. A forma como coloca a voz é para mim a cereja em cima do bolo. É uma combinação infalível! Através dos seus vídeos Lev mostra o seu ponto de vista do mundo, o que nem sempre implica que seja positivo, como é costume para quem está habituado ao sistema do Thinking Outside the Box. A todos os que, como eu, se identificam com esta imagem sabem perfeitamente que pensar de maneira diferente nem sempre é compensador. Nadar contra a corrente, recusar ser mais uma ovelha no rebanho (perdoem-me a metáfora, mas de facto não melhor analogia que esta) por vezes traz mais contras do que prós. 

Este foi um dos últimos que o autor publicou no referido canal. Pelos vistos alguns dos visitantes consideram-no demasiado negativista, o que concluiu nesta clara e simples resposta. Devo confessar que fiquei aterrorizada depois de o ver pela primeira vez. Não pelo o elevado grau de ironia ao longo de todo o vídeo, mas por me ter relembrado que há por aí muito boa gente que vive assim. Não vale a pena categorizar, até porque é um pouco óbvio. Existem enumeras estradas que podem levar alguém a viver alienada desta forma. Ou talvez algumas até o sejam por escolha própria. Não contesto, respeito apenas. Apesar de voltar a reforçar que a ideia de fazer parte do rebanho, de ser padronizada ao ponto de não poder, aliás, de não saber criticar ou pensar por mim arrepia cada pelo do meu corpo. É fácil dizer a alguém "Vê o lado positivo" quando não somos nós a viver a situação propriamente dita. E cá para mim que ninguém nos ouve, alguém que viva sempre com um sorriso na cara tem algo a esconder. Ninguém é perfeito, e já que somos feitos de carne e osso (e não robôs pré-programados) que nos seja permitido desacordar, ter dias menos bons e anunciar o que quer que seja que "nos der na telha" ao resto da humanidade. Ter sempre em mente, como todos sabemos bem: a nossa liberdade termina onde começa a do outro. 

Não adianta de nada que me digam "Vê o lado positivo" se eu não sou capaz de o ver no momento. Cada um leva o seu próprio tempo a ajustar-se às situações menos positivas e, sinceramente, não adianta demonstrar um falso sorriso exteriormente, já que ao fazê-lo só nos faz relembrar que algo não está exactamente bem connosco. Então para quê fingir? Claro, chorar sobre o leite derramado nunca ajudou ninguém e a minha querida mãezinha sempre me disse "Filha arregaça as mangas e vai a luta". Como filha obediente que sou (*cof* *cof*), tenho feito isso desde que me recordo como gente. Sim, sim, há momentos em que desejo ser mais assim, acostumar-me, acomodar-me. Cansaria menos, é um facto, mas nunca seria eu!

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