22.2.09


A caminho de casa

Esta deveria ter sido uma semana positiva. Hoje (sexta-feira) deveria ser o meu final feliz. Neste momento vou a caminho de casa. E entre os balanços do comboio dá-me para pensar nesta semana. O jantar de curso foi, sem duvida alguma, o ponto alto. Tanto pelos bons motivos, como pelos menos bons. Sentia falta de dançar, de me rir sem motivo. O melhor é enquanto danço, não consigo pensar. Não o faço conscientemente. É apenas a adrenalina de ser eu própria a funcionar. A música, o ritmo, todas aquelas caras familiares. É sem dúvida contagiante. Eu não sou fã de sítios fechados (por alguma razão tive que sair duas vezes para apanhar ar), todo aquele odor a álcool e a tabaco também não me atraem. Contudo, o grupo valia a pena, e ia estar com ele. Pelo menos pensava eu, era essa a minha expectativa. Começando logo pela forma como me tratou à chegada. Aproximou-se da mesa dos caloiros (onde me incluo) e soltou um “olá” demasiado seco. Ele não é assim. Não é dessa forma que o vejo. E desde este olá até ao final deste jantar nada se passou. Nem tão pouco na noite de dança interminável. Passou a noite com uma cara estranha, e olhar vazio. Numa das minhas visitas ao ar fresco acabou por admitir que não estava bem. “Problemas pessoais”, disse ele. Não insisti, apesar de querer mais que tudo que ele desabafasse comigo. E cada olhar próximo cortava-me a respiração de uma forma... “Podes confiar em mim”, gritavam os meus olhos. Porém não verbalizei nada. Eu sou assim. Nem sei que palavra utilizar para caracterizar o tamanho da minha inutilidade... Porque não disse nada? Afinal quero aproximar-me. Ele também não deu sinal de querer que eu expressasse mais do que os meus olhos diziam naquele momento... é por isto que os silêncios me assustam. Porque não os sei definir. Aquele sentimento de estranheza perturbou-me bastante. E com a estranheza veio o afastamento. O estereótipo diz que as mulheres são complicadas mas o facto é que os homens também o são. E não é pouco. Especialmente os que têm tendência para crises existenciais! Não o condeno por nada, não sou ninguém para o fazer. Mas o sentimento de frustração que ficou tem um sabor amargo... Sei que precisa de mim. Só tenho que ter paciência. O meu problema é ficar dependente deste tipo de sentimentos. Aproximo-me e fico cativada. A culpa é minha. Eu não deveria funcionar assim. Já tropecei demasiadas vezes para eventualmente ter aprendido a lição... Ele não deixa de ser especial. Há-de sempre ser aos meus olhos.

1 comentário:

Joana é o meu nome disse...

Começa a arrepender-te do q fizeste, em vez de te arrependeres de não teres feito algo... Se é isso q está certo, força, di-lo, fá-lo. Não o guardes, pois isso é das piores coisas.