Em stand by é assim que me sinto. Não evoluí, nem estagnei. Seria positivo que tivesse evoluído. O ano está quase a virar, e mais uma vez deveriam chegar aqueles anseios e desejos para o ano vindouro. Quais anseios? Que desejos? Estou sinceramente esgotada por esperar por algo que nunca vêm. Acho que quase dois anos de espera são suficientes não? Ah, e estou farta de me queixar também. Sinto-me tão impotente perante o meu maior desejo que é a única coisa útil que sei fazer, apontar defeitos. Tenho as duas pessoas mais importantes da minha vida a passar por situações menos boas. Isso também não me motiva propriamente. Para a ajudar quero alguém impossível, pelo menos aos meus olhos. Como sempre sou fraca de mais para dizer-lhe o quer que seja. Bem me têm dado incentivo e motivação: "Não sejas parva, não perdes nada em seres sincera". É fácil falar. A minha cabeça é expert em transformar qualquer sentimento, emoção ou impulso em algo racionável, o que torna a minha capacidade de arriscar relativamente diminuta (não quer dizer que algum dia tivesse sido muito grande). Isso também me enerva, é, aliás, o que mais me revolta. Eu já me perguntei infinitas vezes o que é que pode mudar se provavelmente a pessoa nem sente o mesmo. Fui apenas uma fuga em determinada altura e sinto-me bem por ter podido ser útil e não um estorvo. O problema é que isto tem vindo a crescer de intensidade. É como se uma brisa mínima, algo que controlava e que sabia bem quando me batia na face (porque afinal fazia-me sentir viva de alguma maneira) se tivesse transformado num tornado com vontade própria, de forma a que não há nada que realmente lhe cause entrave. Isto estava adormecido, pronto a ser esquecido, eu ia virar a página, apesar de não haver nada escrito (por isso é importante por vezes rasgar a página, em vez de a virar). E o mais estranho é que previ isto. Inevitavelmente este momento iria chegar. O problema é que não sou boa o suficiente, não sou forte quanto baste e sou avessa ao risco e afins. Imaginem a adrenalina que sinto quando idealizo tudo: o momento, as palavras, o que sentiria, o lugar, o ambiente. Nada disso seria perfeito, nada disso seria o suficiente para expressar o quanto o admiro e estimo. O curioso é que não estou apaixonada. Ele não me enche a cabeça, nem me tira a respiração, nem tão pouco me corta a respiração... Mas é um ser humano inacreditável. Quero estar aqui para quando ele precise de mim, mesmo que reprima o quanto o amo do fundo de tudo o que sou e acredito. O quanto o amo? É isso que se passa? Tenho medo de sentir amor? Ao cumulo a que cheguei.
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